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Durante o início do séc. XX surgiram arquitetos que colaboraram de forma profunda, definitiva e inovadora a reboque da revolução industrial.
Arquitetos como Le Corbusier, Mies Van Der Rohe e Frank Lloyd Wrighte semearam novos conceitos e se ocuparam de um mundo novo. Alguns destes, fundadores da Bauhaus*
No Brasil, talentos como Oscar Niemayer, deram seguimento com as suas linhas arrojadas e as formas ousadas baseadas nas primeiras insinuações de Le Corbusier na capela de Ronchanp e Frank Lloyd Wrighte no museu Guggenheim em Nova Iorque.
Como se não bastasse, no meio do século XX uma cidade inteira como Brasília foi criada e totalmente planejada se adequando as bases urbanistas de uma nova era, a do automóvel. Ruas que não se cruzavam e a inexistência de esquinas mostraram ao mundo a arquitetura inovadora das curvas dos prédios de Oscar Niemayer e o novo conceito urbano proposto por Lúcio Costa*.
Assim, já norteados por uma globalização de um pós-guerra, as ideias e propostas se consolidavam e se confundiam criando vínculos com a escola de Chicago. Escola essa que se propunha a reconstituição da cidade incendiada (1871) e posteriormente ao plano piloto de Brasília criado por Lúcio costa (1956) no grande vazio e imensidão do nosso planalto central.
Neste contexto, impulsionados por um lado pela estrutura metálica e seus arranha céus e por outro, pela moldagem da massa de cimento e ferro (concreto armado), fluiu por todos os cantos do planeta uma geração de profissionais que iriam transformar e tornar a arquitetura algo mais contundente. Além da morada do homem como uma das maiores expressões de arte e cultura da humanidade, elementos que já vinham se alinhando desde a Grécia antiga.
Hoje temos estabelecida uma arquitetura de efeitos devastadores que puncionam as soluções das moradias das cidades, dos monumentos e do uso da riqueza de soluções e materiais.
Hoje, não vamos mais conhecer ou visitar a fundação Louis Vuitton * em paris pela importância da sua marca de moda e grife, mas sim, para admirar a obra de arquitetura da fundação, projeto do arquiteto Frank Gere. Assim como não vamos visitar o MAC – Museu de Arte Contemporânea, com seu peso de concreto armado, pousado suavemente sobre a baia de Guanabara pelo seu acervo de obras de arte que abriga, mas para ver de perto o projeto de Oscar Niemayer.
São muitas as situações emblemáticas criadas pela arquitetura de nosso tempo, que deixam passar despercebido o conteúdo do que esta dentro ou do que está fora.
É ela em si, a arquitetura, que se dignifica e cria a expectativa da certeza de que hoje ela seria a maior dentre todas as “artes” do nosso século XXI.
Arquiteto João Latini