Outros

O meu primeiro contato com a fotografia foi ainda muito criança, por volta dos meus cinco anos. Devido a relação dos meus pais passei a conviver com o fotógrafo jornalista Luciano Carneiro. Ele era fotógrafo da extinta revista O CRUZEIRO e me lembro bem, porque suas histórias já naquele tempo passavam por lugares e situações tão distantes e inimagináveis que instigavam a minha curiosidade e me fascinavam, sem me fazer entender bem o que era realidade e o que era fantasia.

O tempo passou e em 1966, já adolescente, assisti ao filme Blow-Up do cineasta italiano Michalangelo Antonioni, uma grande obra prima do cinema. Era a história de um fotógrafo, com a participação da famosa modelo Veruska, em que protagonizaram uma das cenas mais sexy do cinema até então, ao som de musicas de Herbie Hancock.

Blow- Up ganhou o Grand Prix de Ouro em Cannes e não só mexeu comigo, mas com toda uma geração, chamando a atenção para a arte e os mistérios da fotografia.

Daí para frente passei a entender que a fotografia exercia um fascínio sobre mim e que poderia ser uma forma de expressão, indo além daquilo que estávamos habituados a ver os retratos de família.

Por acaso, por volta dos meus 16 anos, em um grande casarão próximo onde eu morava abriu o curso SIGLA de fotografia, ministrado por um grupo de jovens fotógrafos já experientes, interessados em divulgar a nova arte. O curso era longo e envolvia todos os aspectos e técnicas da fotografia.

Assim, durante um ano, além do grande aprendizado  a  convivência com professores e alunos abriram-se novos caminhos e passei a fotografar , revelar e ampliar minhas próprias fotografias.

Neste período, comecei a fazer alguns trabalhos para algumas agências de publicidade. Mas, um novo mercado estava se abrindo requisitando jovens modelos que precisam apresentar  suas fotos(book) para  as agências intermediadoras.

Foi neste momento que consegui um espaço que me levou a muitos trabalhos e publicações em jornais  , revistas me tornando quase um profissional.

Como frequentava o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a Faculdade de arquitetura no bairro do Flamengo, decidi realizar mais um curso no MAM.

As coisas começaram a convergir para uma decisão, ou seja. Eu seria um fotógrafo, ou eu seria um arquiteto?

Hoje, confesso que nunca não soube decidir. Passei a usar a fotografia na arquitetura e os conhecimentos da arquitetura na fotografia. Na verdade: duas amantes, duas artes e um coração com um mesmo olhar.