A nossa proposta de trabalho sempre esteve à margem de uma intenção pura e simplesmente comercial, onde os parâmetros urbanísticos da cidade e o poder público, aliados a certas construtoras, são permissivos e permitem a adulteração de nossos conceitos de estética e de qualidade de vida.

Partimos do princípio de que intervir nos espaços – tanto de uma habitação quanto nos de uma cidade e seus equipamentos urbanos – é de extrema responsabilidade e de extremo valor cultural.

Sempre consideramos que os espaços dedicados à moradia do homem e os de sua convivência social devem ser de uma instância pedagógica e educacional.

Logicamente, fazem parte deste contexto filosófico a beleza e a estética, como também a razão, a lógica e os avanços tecnológicos.

Acreditamos que estar aberto às inovações é um enriquecimento extremamente favorável e parceiro inseparável no instante da criação.

Para nós, nunca importou que espaço nos era oferecido para atuarmos em nossos projetos. Nossos caminhos nunca determinaram se faríamos somente isto ou aquilo. Sempre estivemos profissionalmente presentes de maneira atualizada, compromissados e preparados, para acima de tudo realizar e atuar da melhor forma possível.

Algumas de nossas idéias e propostas ainda não foram concretizadas, mas nem por isso deixamos de nos dedicar aos projetos com muitas horas de empenho.
O que mais nos importa é manter sempre a continuidade e a soma de experiências vividas e, cada vez mais, adquirir conhecimentos que permeiem diversas áreas da nossa e de outras culturas para que, assim, possamos, a cada dia mais, procurar, com carinho e preocupação, desenvolver um olhar mais crítico sobre as cidades.

As nossas cidades são instâncias de gerência do poder público, onde as estratégias dos planos de ocupação do solo, os diversos meio de transporte, a educação, a saúde, as praças e monumentos são elementos arquitetônicos que se somam e se articulam para o homem nelas habitar, sobreviver entre sua moradia, o seu trabalho e o seu lazer, de forma harmoniosa, íntegra e feliz.

Muitas vezes, nos sentimos incapazes e frustrados ao vermos fugirem de nosso controle e de nossa vontade as aberrações que nos cercam, frutos da falta de informação cultural e intelectual do poder público e de uma população mal informada, que precisa passar a conhecer melhor as nossas pesquisas e propostas de preservação e de proteção das nossas cidades.